E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te
amava cada vez mais. Você me mandou
embora da sua casa, do seu carro, da sua
vida, da memória do seu computador, do
seu celular e do seu coração. Você me
deletou. E eu passei quase um ano
quietinha, te esperando, rezando pra Santo
Antônio te ajudar a ver que amor maior no
mundo não poderia existir.
Eu segui amando e redesenhando cada
dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido
dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada
risada alta, cada deslumbre puro com a
vida, cada brilho nos olhos quando o mar
estivesse bonito demais. Cada preguiça,
cada abandono, cada estupidez, cada
limitação, cada bobeira. Amava seus erros
assim como amava os acertos, porque o
que eu amava, enfim, era você.
Tati B.